"fôlego"
Vídeo / 7'54''
Junho de 2009 - Belo Horizonte
Criado para "Amostra Guignard de Vídeo"
fôlego é uma constante baseada na respiração, um de nossos mecanismos vitais, o vídeo envolve o observador gradativamente em elementos áudio-visuais dispares, se conectando através de imagens e sons, gerando ansiedade ao se confrontarem com o excesso de elementos, superando a capacidade de processar todos os estímulos.
A partir deste ponto podemos ser guiados por qualquer coisa que nos for colocada, mais um som, mais uma regra..., que se tornam homogêneos e perturbadores.
“A Alma Necessita de Mais Espaço que o Corpo”
Vídeo / 5’25”
Maio de 2009
Criado para a 1ª Semana de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade do CES – Juiz de Fora – MG.
O homem caminha por vias nas quais os “entornos”: corpo, mente e espaço; se encontram em um ambiente de sufocamento e delimitação... desse qual, a atitude visível é a de não romper, no espaço e no corpo as relações oferecidas e pré-estabelecidas, por uma estrutura econômica política e social de massificação, que não leva em conta que essa relação torna as pessoas um ser sem alma.
Novembro de 2008 - Belo Horizonte
Intervenção no espaço inutilizado em uma casa ocupada por alunos da Escola Guignard, no bairro Cachoeirinha onde revestimos todas as paredes do espaço com jornais, cerca de 30m quadrados, interferimos também acoplando dois televisores, onde aproximadamente de 15 em 15 minutos era modificada a transmissão, hora fora de sintonia, hora o registro do ambiente interno da casa, registrávamos a ocupação e os movimentos que giravam em torno dela.
Ocupamos um espaço de trânsito onde exploramos o excesso de informação.
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
março 2009MURO EFÊMERO
Novembro de 2008- Belo Horizonte
Maratona de Graffiti da Universidade FUMEC
Para a realização deste trabalho foram capturados do site “youtube” vídeos relacionados com a ação e o comportamento do tempo nas pessoas, na natureza, nos objetos, nas relações e no espaço. Desses vídeos foram retiradas e impressas algumas sequências de imagens e coladas na parede, formando linhas que se cruzam umas as outras constituindo uma rede “temporal”. Achávamos que ali naquela rede o trabalho “se realizava”, o tempo e seus inimagináveis cruzamentos.
Depois de um mês voltamos ao local e percebemos que o trabalho se realizava justamente na ação do TEMPO e não na interpretação dele. Estavam quase todos os papéis soltos e espalhados pela rua, o trabalho estava se degradando e se construindo desta forma. Interferimos mais uma vez colando novas sequências e reaproveitando as imagens que ainda restavam na parede e no chão, acrescentamos a pintura com a intenção de deixá-lo “orgânico”. Um mês depois voltamos ao local e o trabalho estava novamente se realizando com o tempo... com a interferência das pessoas que ali passavam e retiravam pedaços, furavam a parede e pregavam propagandas. Agora e não somente, ele está sujeito ao tempo e se transformando no próprio tempo.
Quanto mais complexa e lógica tornamos a organização da vida, mais sentimos a necessidade de que espaço-tempo estejam sincronizados, assim fragmentamos e compartimentamos nossas relações para essa “sincronização” de maneira que alguns de nossos instintos (intuição, sensação, percepção...) se encontram “ossificados” nos tornando cada vez mais mecânicos e superficiais.
Em “Relações no espaço-tempo” a ação gera aos usuários da estação de metrô um estranhamento ao se depararem com uma pessoa estática em um espaço-tempo de trânsito (corredor de embarque e desembarque). Ao transferirmos a ação para o registro fotográfico obtemos duas constantes, uma espacial e outra temporal, onde a primeira se forma na imagem da pessoa estática se contrastando com a constante temporal, as pessoas em movimento. As imagens se apresentam em forma de módulos em dimensões variadas com suas seqüências sutilmente quebradas, formando uma rede.
Os pensamentos, as ações e os registros se tornam necessários para refletirmos sobre o percurso, o comportamento e as relações existentes entre pessoas e objetos (espaço e tempo).
"Relaçõs no espaço-tempo" by Lilian Medeiros e Messias Mendes is licensed under a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil License.
Based on a work at experimentosurbanos.blogspot.com.
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Mostra Interna da Escola Guignard - UEMG / setembro 08
Objetos, relações e contextos se "organizam" em redes indissociáveis onde cada parte e o todo se mesclam em um sistema de trocas. As fotografias representam instantes que se cruzam no cotidiano de uma cidade, transportamos este pensamento para o hall da Galeria da Escola Guignard, ocupando um espaço com excessivas imagens que envolviam os observadores e seu cotidiano
"Tecido sublinhando a montanha"
Zona Rural do Município de Alagoa - Minas Gerais - 07/08
Realizamos este trabalho quando percorríamos pelo sul de Minas Gerais envoltos por montanhas e comunidades. Um trabalho efêmero, que se manteve enquanto esticávamos o tecido para uma comemoração regional.
240 metros de tecido colorido e costurado sublinhando a montanha.
Janeiro de 2007
“...sou... livre mais levo uma coisa. Não sei o que seja. Eu não a escolhi. Jamais a fitei. Mas levo uma coisa. Não estou sozinho, pois anda comigo algo...”
Fotografia / 0,5m x 1,5m / impressão digital
"entre dois e mais"
Fotografia / 0,5m x 1,5m / impressão digital
O trabalho foi desenvolvido a partir de uma série de fotografias de nossos perfis em vários lugares e momentos, onde seu desdobramento se dá nas relações que estabelecemos com nós mesmos, com os outros e com tudo que nos envolve.
Essas relações podem ser descritas por sistemas ou tramas (José Saramago em Ensaio para uma cegueira: “... uma complexa trama de relações sociais”). A complexidade das relações, é regulada pelos hábitos e tradições, pelos usos e costumes, e pela experiência de vida em comum.
A trama ou sistema pode ser obtido quando se constrói um gráfico de nossas relações: eu que me relaciono com minha irmã, ela com seu filho e com seu marido, ele com seus amigos, e ambos com seus objetos de consumo, etc.
As relações das quais estamos interessados tratam do ser e do sistema como uma dependência de troca total entre os dois, o sistema não existe sem o ser e vice-versa. A existência do ser isolado seria a maneira do homem querer apalpar as coisas com sua visão simplista e seletiva, enxergando apenas as partes e não o todo, sabendo que as partes também possuem partes e estão todas relacionadas.
A escolha da fotografia (veículo plástico que direta ou indiretamente alcança toda sociedade) foi o que nos levou a transportar nossa visão aproximada de como funcionam essas relações.
O trabalho se fez em dupla, pois questionávamos o mesmo e não percebíamos como estabelecer uma relação sem ter o outro.
Em trabalhos anteriores a questão da identidade já era discutida, o indivíduo e suas relações com o mundo e seu cotidiano. Utilizamos diversos materiais e técnicas, estabelecendo com estes uma relação com a proposta.
Neste trabalho foi retirado um excerto do poema Homônimo de Carlos Drummond de Andrade, ”...sou... livre mais levo uma coisa.
Não sei o que seja. Eu não a escolhi. Jamais a fitei. Mas levo uma coisa. Não estou sozinho, pois anda comigo algo...”. Este excerto explica que o que ele leva é sua vida vista, com suas elegias, com seus momentos dramáticos e heróicos, com os seus amores - felizes ou frustrados , com as suas tristezas e orgulhos, com o seu humour; nunca, entretanto, sem humana austeridade ou destituída de caráter, isto é sua relação com as coisas, e seu poema aquilo que agente leva são as nossas relações.